Um coração que não se cansa
Em baixo de algumas camadas de cobertores ainda era possível constatar que existia um coração, aquecido e cansado, funcionando em ritmo sereno. Embora contra vontade, levantou da cama com sutileza, e foi rumo ao seu ritual matutino. Lavou o rosto com uma água cortante que saía aos gritos da torneira. Uma vez mais, viu sua face refletida no espelho escurecido do banheiro pequeno. Arrumou os cabelos com toda a paciência do mundo, segurando com a boca o grampo preto, enquanto seu pensamento fugia pela fresta na porta. Só por hoje resolveu acreditar e, por isso, colocou seu vestido florido feito de um tecido antigo, daqueles que já não se produz mais. Com elegância, pegou a bolsa branca que ganhara no último aniversário e saiu à rua estufando o peito com ares de paz, rumo à vida, cantarolando sua canção predileta: “meu coração não se cansa de ter esperança de um dia ser tudo o que quer...”
Ah, que bonito!
ResponderExcluirAdorei a foto (e a cadeira!)
BEijo, menina
Juro!
ResponderExcluirLi umas cinco vezes essa tua primeira frase. Linda, assim como o restante do texto.
beijo
gosto dos teus detalhes, querida!
ResponderExcluirbeijoo
Essa foto seria linda sem um texto, mas a maneira que você dá vida pra fotografia, faz ela ficar muito mais linda.
ResponderExcluir=**