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Mostrando postagens de abril, 2010

abril despedaçado

Ele acordou novamente sem as respostas que pedira antes de cair no sono. Passou os dias como aquele ursinho de pelúcia pink caolho, esquecido entre tantos outros dentro da antiga máquina que funciona a base de moedas. Ansioso por ser carregado para fora pela mão mecânica. Mas eis que choveu muito e poucas pessoas foram até o parque.

eu não estava lá, mas eu vi

O homem de mais idade vestiu a calça social cinza, as meias bege que só têm um furo no dedão direito, o tênis kichute que não cansa tanto os pés, a camisa de um xadrez que pende para o azul, o blazer de ombreiras que ganhara da esposa em algum aniversário (ou natal), colocou o chapéu estilo Indiana Jones, foi até o quintal e pegou a bicicleta verde musgo. Assim, se conduziu ao centro da cidade, para sacar a aposentadoria. Depois parou um pouco na praça, só para observar, como um menino faria.

E no meio de tanta gente - Parte VI

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No sábado (10), Xiripito foi o ponto colorido na manhã cinzenta de outono, enfeitando uma Rua XV de Novembro qualquer. "Isso (de ser o que sou) está na minha alma", disse o palhaço, sorrindo com os olhos. E, naquele exato momento, quantas outras pessoas estavam alegres como ele?

E no meio de tanta gente - Parte V

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Para quando o sol desistir de sair: "João, o guarda-chuveiro", se é que existe esse título... Ele busca em casa o objeto danificado e devolve em domicílio também. Não titubeia na resposta quando questionado se vale realmente a pena mandar consertar uma sombrinha velha estampada com florzinhas descoradas ou um guarda-chuva-comum-todo-preto: "Claro! Eu cobro mais barato do que é um novo e as pessoas acabam pegando amor por aquele que elas têm". Ele mostra, orgulhoso, a pequena oficina onde há mais de 20 anos troca os ferrinhos e também inventa as suas artes, como as formas de assar pão feitas de latas inutilizadas de tinta. O homem, que tem 1,55m de altura, gosta do que faz.