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Mostrando postagens de março, 2008

Título algum

,sonhava. E sabia que isto lhe custaria algo, não era possível querer sonhar sem pagar por isso. Eles sempre falavam que tudo, tudo, tudo tinha um preço - em certos momentos era alto demais. Mas mesmo assim, sonhava. No fundo queria provar que era possível, era, era... seria. Por um dia, ou dois - quem sabe uma semana - esperava não saber sobre o que a lei previa, sobre o que a TV dizia, sobre o que os outros já tentaram sem obter êxito. Simplesmente precisava de uma nova chance, chance de não entender e mesmo assim transcender. Chance, oportunidade, expectativa, esperança, e mais; Olhando pela janela, todos pareceram como uma colcha de retalhos, de uma só cor. Nada destoava, nem o fio utilizado na costura. Seria angústia aquele aperto perto da garganta? Tomou ar. Sentiu. Mais uma vez e sempre. Insistiu. Por quê? Boa pergunta.

Quero saber bem mais que os meus vinte e poucos anos

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Um texto da minha pequena-grande amiga, Fran. "E o universo glamouroso gera também dolorosas perdas. O rosto e o corpo estampado nas passarelas, nos outdoors, nas revistas e mais revistas tem um preço além daquele representado pelas muitas notinhas verdes que se recebe após cada click. O culto pela ausência das formas femininas. É isso o que é cobrado pelo mercado da moda. O que vai totalmente contra a natureza das curvas delineadas das mulheres daqui. Uma dúvida: Por que não se vê por aí modelos masculinos anoréxicos ou bulêmicos? Não, meu bem. Isso não cabe aos homens. Fomos nós as herdeiras do sofrimento. O rapaz e a moça, altos. Ele, forte. Ela, esquelética para todo o sempre. Se preciso for que retire as flutuantes costelas, que falta farão? Uma dieta de tomate e maçã. Não esquecer de ligar o chuveiro para vomitar. Sempre procurar uma gordurinha. Aqui estão os passos a serem seguidos e que venha a próxima da fila, por favor. As roupas também caem bem em pessoas de massa corp

o Dar de Ombros

Não é raro, não, não é difícil enfrentar situações para as quais damos de ombro. Fingimos que não nos importam. Andamos com um ar superior, como donos da situação, vencedores, imunes a tudo e todos. "Eu não queria mesmo". "E você acha que eu estou preocupado?". Às vezes deixamos para segundo plano assuntos de grande importância, quando não nos importamos com o desleixo dos professores na universidade, ou dos governadores na administração pública (que agem como autoridade e não como servidores, que é o que são), ou até mesmo dos nossos familiares. Enfim, se somos indiferentes não agimos como seres independentes, mas como submissos. Adequar-se aos "isso-não-me-importa", acaba por se tornar a exaltação da ditadura. Afirmamos que além de se estar de acordo com tudo, ("isso sempre vai ser assim"), não há visibilidade de conhecer o que é autêntico. Atrás da desculpa de impossibilidade, acabamos entrando no barco daqueles que vão navegar eternamente no

nadademais

Pode ser do mar vir contra o cais, mas não, não hoje. Só por hoje ela amou mais uma vez, sentiu o ar, o céu e o som e a paz. "Viver sonhando, quem me dera".

Paulatinamente

Cabeças dispostas em ouvir e aceitar. Batam palmas, levantem o pé direito, sorriam para todos, com o coração puro e bom. Vocês serão os melhores. Os mais brilhantes entre tantas coisas velhas e desgastadas. Eles estão todos perdidos. Não, não vai ser fácil. Sim, é moleza. Ah, não dá nada. Isso é inaceitável. Ele olha o coração. Com essa roupa você não consegue o emprego. Isso vai te matar. Aquilo também. Você precisa se cuidar. Não faça isso. Pague no protocolo. Leve no banco. Não cumprimente desconhecidos. Não aos desconhecidos. Sem juros, sem entradas. Tudo o que você sempre quis a um palmo de distância, no entanto você não vê. Óculos para enxergar, mas não, não se vende. Vendar. Vender. Vencer. Envelhecer. Cansei.

Ser mulher

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Para sofrer, sofrer até o fim. Para se esconder, chorar, e mesmo assim, crer. Para parir. Para lavar, limpar, cozer. Para ser bonita, elegante, companheira, prendada. Para amar. Amar e esperar. Para ter um dia internacional. Para ouvir direitos. Para lutar. Para se submeter e respeitar. Para ganhar menos. Para cansar mais. Para doer e sangrar. Para ser símbolo. Para rebolar. Para emagrecer. Para sofrer, sofrer até o fim. Ou não... Mulheres na Faixa de Gaza. Foto: Hatem Moussa - AP.

Tentativa de comunicação

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Segundo o esquema de comunicação enunciado por Laswell (1948), todo o processo comunicativo é permeado por algumas questões: quem, diz o que, para quem, por que meio, e com quais efeitos? Sendo que apenas se efetiva o processo comunicativo quando há o feedback , ou seja, um retorno por parte do receptor. Tão perfeita explicação, não? Pois que seja. O fato é que há algu m tempo existe alguém querendo se comunicar co no s c o. Mas não s e i se o problema está no 'receptor não-sensível' a observar essa tentativa de contato, ou em outro fator, porque os meios são realmente notáveis. Exemplifican do talvez fique mais claro: Hoje, 01 de março, em Viena, na Áustria, uma tempestade, que foi carinhosamente chamada de Emma , causou estragos no breve espaço de tempo em que esteve por lá. Ainda querendo atenção, a carente menina foi até Weisswasser, na Alemanha. Mas todos estavam tão cheios de si, que sequer conseguiram ouvir o recado. Era necessário correr para se esconder,