A figura da praça
Por mais de sete vezes pensei em conversar com o homem da praça. Sempre algo acontecia e esse pensamento saía do topo da lista das prioridades elencadas na cabeça. Quando lembrava, ele já tinha sumido. Geralmente eu cogitava deixar o papo para o outro dia, afinal, ele sempre estava lá, eu também... Sua chegada acontecia em alguns horários específicos, marcados, e logo o homem aparecia acompanhado de sua magrela-vermelha-modelo-1972. Chegava, fazia o reconhecimento panorâmico de campo, colocava as mãos na cintura, franzia a testa emborrachada e logo em seguida sentava num dos banquinhos cinzas de concreto. Ali continuava, mirando sem pressa, (cotovelo encostado na pequena mesa quadrangular, mão segurando o peso da cabeça, o peso de tudo) guardando com maestria um punhado dos seus segredos. Mas acabei não mais estando por lá, e, confesso, vez ou outra ainda me pego criando enigmas para a figura da praça. Talvez fora o senhor das marionetes, quem comandava todo o espetáculo vespert...
Eu ando acordando sem essas perguntas ultimamente. Desperto todo dia com uma vontade de viver. O que, nem eu mesma sei. E é aí que reside a graça.
ResponderExcluirHeheh
Mas já tive dias assim.
Já desisti da bicicleta. E do casamento. Mas de reviver paixões, ainda não. Rs
E lá vamos nós aparecer por aqui novamente.
ResponderExcluirJá estava demorando né Schey??
Saudades de você sabia??
=***
S2
Adorei...
ResponderExcluirboa!
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