fumaceira
Cena do sábado...
Ela estava ali há algumas horas, no banquinho feito de um toco de árvore, com seus olhos altivos e esbranquecidos pelas cataratas, sua pele cansada de outros tantos dias que se dera a acordar. Suas ervas companheiras, sempre a curando da cegueira de não sentir. Observava de pernas cruzadas as crianças todas parecidas, com suas brincadeiras de empurrar... quantos dos seus ali, sua descendência se vendendo às músicas remixadas de cd's falsificados. Há alguns tempos decidiu não mais falar. Calou-se de uma maneira intocável, dispensou todos os sorrisos de ocasião, e não aceitou uma casa igual a todas as outras. A sua era singela, quase caída, mas guardava segredos e um orgulho de não se render.
Ela estava ali há algumas horas, no banquinho feito de um toco de árvore, com seus olhos altivos e esbranquecidos pelas cataratas, sua pele cansada de outros tantos dias que se dera a acordar. Suas ervas companheiras, sempre a curando da cegueira de não sentir. Observava de pernas cruzadas as crianças todas parecidas, com suas brincadeiras de empurrar... quantos dos seus ali, sua descendência se vendendo às músicas remixadas de cd's falsificados. Há alguns tempos decidiu não mais falar. Calou-se de uma maneira intocável, dispensou todos os sorrisos de ocasião, e não aceitou uma casa igual a todas as outras. A sua era singela, quase caída, mas guardava segredos e um orgulho de não se render.
na reserva indígena Marreca dos Índios, no sábado (27).
Comentários
Postar um comentário