o Dar de Ombros

Não é raro, não, não é difícil enfrentar situações para as quais damos de ombro. Fingimos que não nos importam. Andamos com um ar superior, como donos da situação, vencedores, imunes a tudo e todos. "Eu não queria mesmo". "E você acha que eu estou preocupado?". Às vezes deixamos para segundo plano assuntos de grande importância, quando não nos importamos com o desleixo dos professores na universidade, ou dos governadores na administração pública (que agem como autoridade e não como servidores, que é o que são), ou até mesmo dos nossos familiares. Enfim, se somos indiferentes não agimos como seres independentes, mas como submissos. Adequar-se aos "isso-não-me-importa", acaba por se tornar a exaltação da ditadura. Afirmamos que além de se estar de acordo com tudo, ("isso sempre vai ser assim"), não há visibilidade de conhecer o que é autêntico. Atrás da desculpa de impossibilidade, acabamos entrando no barco daqueles que vão navegar eternamente no mar do imobilismo.

Ou não.

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