Sometimes, someone just wants to die...

Fazia muito calor naquela manhã de dezembro. O sol reluzia na parede, mostrando imagens que mudavam conforme o lugar de onde se observava. E ela sentiu um aperto no peito, como daqueles que eram comuns na sua adolescência. Olhou pela janela e a brisa morna a convidava a partir, para qualquer lugar, para casa...
Já não lembrava como se chamava e prefiria não ser chamada. Tinha diariamente os amparos de uma mulher que afirmava ser sua filha, porém não reconhecia aqueles olhos.
Impulsionada pela sensação de liberdade daquela manhã, ela saiu pelo portão da frente, enquanto ninguém olhava, descalça e com a sua cesta de frutas na mão. Ainda com a camisola de algodão branca, deu alguns passos rumo à vida. Até ser interpelada por gritos: "Mamãe, mamãe!" - (era novamente aquela que lhe rendia cuidados). "Aonde você vai?" - questionou. "Para casa!", ela gritou, com veemência e fé.
"Mas sua casa é aqui mamãe", insistiu a mulher, com lágrimas nos olhos.
Então ela retornou, com a sensação de derrota, mais uma vez. Sabia que um dia encontraria o seu caminho para casa. Sabia disso, agora mais do que nunca...

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