Bons dias em 1997

Eu não queria me despedir. Foram poucos dias na infância comum da minha vida.
Uma semana, ou duas, durante as férias de dezembro, mas que ficaram aqui, entre os melhores momentos.
Ela chegou de longe, numa tarde de verão, com um sotaque estranho e um tipo de graça que eu jamais vira. Fez-me perceber que sorrir era bom, e que a amizade não tem barreiras. A Cris do Pará dividiu e me mostrou mais.
Você vem? “Vô não menina”, ela sabia que seria um tempo breve. E intenso.
Depois da partida trocamos cartas durante anos, até o tempo trazer aflições e afazeres que antes não tínhamos. Ela não tinha e-mail, e as cartas voltaram depois do inverno de 2005...
Hoje nem sei se lembro, mas não esqueço. Estranho pensar que ela mora no outro lado do Brasil, mas está tão perto.
Eu queria mais um dia daquela época, para andar de bicicleta na esquina e fazer sorvete com detergente, para oferecer aos meninos.

Para entender que não é preciso tanto para ser feliz.

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