Vozes abafadas


No dia em que conversei com a Eliane Brum em Guarapuava, ela me disse que pagou com o dinheiro da sua poupança a viagem a Belém do Pará, porque precisava dar visibilidade às vozes que não estavam sendo ouvidas a respeito da construção da usina de Belo Monte. Dessa maneira, não considera que tomou "partido" de algum lado, apenas cumpriu a missão de repórter, de mostrar o maior número de versões possíveis de um mesmo fato.
“A outra parte da história, com a opinião oficial, era contada todos os dias pela mídia nacional, que não é nacional, porque está centralizada em São Paulo e no Rio de Janeiro”, afirmou a jornalista. 


A entrevista com o procurador Felício Pontes Jr. foi realizada exatamente há um ano. De lá para cá, bastante coisa aconteceu. As obras foram paralisadas, depois retomadas. A AGU pediu o afastamento de Felício Pontes Jr. O filme independente "Belo Monte, Anúncio de uma Guerra" foi lançado. Ainda assim, pouco se fala sobre as consequências da obra. De qualquer maneira, percebe-se que tem bastante gente cansada de uma mídia que deixa de lado a opinião de milhares de pessoas. Que registra pedaços de uma história. Em pleno 2012, quase sempre só a história oficial.

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