Eu tenho medo de termômetro
Todo aquele mundo que existia no meu quintal... Brincando que a rede verde, na garagem, era meu barco, e a vassoura, o remo. Se fechasse os olhos, já sentia as ondas, o gostinho salgado do mar e via as estrelas de tão perto, mas tão perto, que se quisesse, poderia guarda-las numa sacola.
E a brisa das tardes de verão são inesquecíveis, ficavam mais refrescantes quando eu descia a rua de pedras soltas com a bicicleta de dezoito marchas do meu irmão. Se brecasse com o freio traseiro, fazia uma derrapagem barulhenta. Emocionante. Quem conseguisse a maior vencia.
Frio na barriga. Incerta era a corrida até o muro, e se estivessem guardando caixão? Se bem que eu sempre era café com leite.
Na grama onde eu andava descalça, de alma limpa, coração aberto; sempre fazia o velório das minhocas que morriam de insolação, e as cruzes de palito de dente demarcavam as covas. Estranho?
Às vezes, descuidada, ainda escuto as gargalhadas aconchegantes da vizinha, que tinha um buda em cima da geladeira e me enchia de balas de amendoim.
Ou quando ficava sem respirar atrás do poste perto do bar do Zezinho, e trinta e um meu.
No matagal da frente de casa, onde caçava os vagalumes com potes de conserva, tinha uma árvore que dançava quando ventava, a maior de todas elas, sempre pensei que ela queria sair correndo dali.
Oi, Scheylla!
ResponderExcluirBacana seu blog!
Esse seu texto lembrou-me de quando criança, apanhava joaninhas no quintal e enchia um vidrinho transparente só para ficar olhando as coitadinhas. Era legal!
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Abraço