Ir para casa
Descrição de vinte e um minutos e quarenta e oito segundos do meu dia trinta de abril de dois mil e oito; Como é costume, acabei perdendo o ônibus das dezessete e vinte e sete, que vai direto ao terminal, e o vento cortante que anuncia a chegada do inverno acabou com a minha coragem de ir para casa a pé, então esperei o próximo. Às seis horas e nove minutos ele chegou, lotado, o que é comum neste horário. Lá dentro a conversa não era alta, os olhares estavam cansados. (Todo mundo quer ir para casa, todo mundo precisa ir para casa). E é bom lembrar ainda existem os senhores mais velhos, com suas boinas e casacos de veludos, que mantêm a cordialidade e fazem novas amizades a cada passeio, despedindo-se de todos ao descer. No ponto mais escuro, entrou a mulher dos cabelos intermináveis, que só usa saias. Suponho que ela estivesse com frio. Lá pelo meio do caminho, só se ouvia os suspiros. Os mais jovens balançando a cabeça ao ritmo das músicas dos mp4, mp5... Ao meu lado, a mulher dos olh...