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Mostrando postagens de agosto, 2010

Tem gente que vai

Na última visita, mesmo sem ter se levantado da cama, o que já não conseguia sozinha, a tia disse que tinha preparado o almoço: bolo de fubá com ervilhas. "Não foram bolinhos fritos?", questionou minha mãe. "Ah é, foram fritos", corrigiu ela, com os cabelos branquinhos, quase transparentes, como seus pensamentos. O dia era de sol alto e céu claro, mas a tia falou que já tinha pedido várias vezes para que as crianças saíssem da chuva e do barro. Os pequenos, por certo, eram os seus filhos, que não estavam ali naquela tarde e também já não eram as crianças que correm na lama. Há algum tempo sua memória virara um liquidificador, misturando datas, rostos, histórias, segredos. Agora descansa.

Conta um filme pra mim

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“‘E ainda sou totalmente calvo’,  ‘Mas o que importa, o médico é calvo, Lênin era...  E não esqueça os extraterrestres: são carecas e verdes!” House of fools (2002, RUSSIA/FRA, Dom Durakov) Cenas tristes e desbotadas, mas que aos olhos de Janna ficam alegres e coloridas se acompanhadas de uma música no acordeon. Baseado em fatos reais, o filme mostra o que aconteceu às pessoas que viviam num abrigo de 'tratamento' psiquiátrico localizado na fronteira quando foi invadido por soldados durante a Guerra da Chechênia, em 1996. (A canção base é a clássica have 'you ever loved a woman'...do Bryan Adams). O longa evidencia um pouco mais das contradições de uma disputa onde os militantes agem como loucos - verdadeiros.

Concurso

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Se eu fosse a jurada, essas seriam as três eleitas: Rainha, 1ª e 2ª princesas da Expogua. Campeãs da beleza de continuar lutando, mesmo quando o dia amanhece impetuosamente em forma de 'não'. Para limpar todo esse lixo, elas espairecem, contam causos e cantam canções. Logo o turno acaba. E como Baleiro disse: há menos beleza num salão de beleza.